quinta-feira, 28 de abril de 2011

Bastilha Inexpugnável

Acabou que me enrolei e deixei pra quinta-feira um post que queria ter feito na segunda. Mas sem problemas, meu povo! Afinal, o "FlaxFlu" é atemporal!

Ao lembrar da partida emocionante, também lembro do quase infarto que tive e ainda fico perdido e não sei por onde começar. Então, vou seguir as ordens lógicas de "início, meio e fim".

O jogo até estava marcado pro domingo, mas o clássico, pelo menos pra mim, não começou às 16:00h com o apito do árbitro. Começou bem antes, na quarta-feira. No dia em questão, o Flamengo, revestido de soberba e prepotência, conseguiu a proeza de empatar com o "grande" time do Horizonte (e ontem fez o "dever de casa", fora de casa e direitinho, mas isso é assunto pra outro post), e o Fluminense, com garra e humildade, conseguiu sua quase impossível classificação para as oitavas na Libertadores.

E de quinta-feira até domingo, não queria saber de futebol. Seja pela irritação com a atuação pífia contra o time cearense, seja por estar em pleno feriado, longe de tudo, e querendo me ausentar ao máximo de qualquer tipo de informação. 

Eis que então chega enfim o dia. Domingo de sol, Maracanã lotado, Flamengo favorito. Não não, não enlouqueci. Na verdade, a descrição só faz parte de um lugar comum ao "FlaxFlu", que não se concretizou nesse dia. Corrigindo: Domingo chuvoso, Engenhão nem tão cheio, e Fluminense favorito. Uma tentação pra esse torcedor fanático aqui ficar em casa, deitado no sofá, ainda mais depois de ter voltado de viagem. E para confirmar minha doce ilusão de que seria melhor ficar em casa, desfalque minutos antes do clássico. Apesar de não estar jogando bem, o Gaúcho sempre faz falta. Cheguei a soltar a célebre frase: "Ainda bem que tô em casa".

Mas o jogo começa, e mais um desfalque. Léo Moura sai machucado. "Pronto, agora sem o Léo? F...". Ai me vem a história da luz, melhor dizendo, da falta dela. E o tempo passa e nada de jogo. Chega a chuva, mas não chega a luz. Um curto reinício, só pra mostrar como o árbitro já não iria atuar bem durante a partida. Depois de mais alguns minutos, finalmente, a bola volta a rolar. E não duro muito: gol do Fluminense. Impedido? Sim. Mas do que seria o futebol sem os erros de arbitragem? Felizmente ou não, faz parte, é uma simples questão sobre de que lado você está.

E não é que o Manto vestiu direitinho nele...
E o primeiro tempo assim foi. Confirmando meu engano de que estar em casa seria melhor.

Vem o segundo tempo, e com ele a emoção. E com emoção mesmo, afinal, conseguiu me tirar da preguiça que me assolava no sofá e quase me colocar em frente à televisão, quase de pé. Do ser calado e aparentemente sem vida do primeiro tempo, o gol do Thiago Neves me fez voltar ao torcedor que sou. Nervosismo, reclamações, xingamentos, instruções, e tudo em voz alta. Era o sinal de que o jogo tinha mudado, e que eu estava errado sobre ter ficado em casa...

E até chegar a cobrança de pênaltis, o velho clichê dos jogos decisivos para um torcedor fanático.

Nas penalidades, o sentimento de que, depois de tudo que tinha acontecido no jogo, não tinha como a vitória escapar. E não foi diferente. Vitória nos pênaltis, suada, batalhada. Com cara de Flamengo.

Ainda não sei como fui tolo de achar que daria errado. As circunstâncias perfeitas para o Flamengo mostrar sua essência estavam presentes: não era o favorito, estava desfalcado, e o adversário era favorito. Tinha gente dando até como certa a vitória tricolor. Mas como já dizia o tricolor Nelson Rodrigues, há de chegar o dia em que o Flamengo jogará sem jogadores,  sem técnicos, "bastará a camisa, aberta ao arco". 

Domingo o Flamengo demonstrou mais uma vez a força de sua camisa. Contra a soberba e a prepotência tricolor, sobrepôs-se a humildade e a vontade da camisa rubro-negra. Dando a cada torcedor que veste esse Manto o orgulho de ser Rubro-Negro.

Fui tolo no domingo passado, mas pro próximo eu prefiro deixar a tolice em casa, sozinha. O ingresso já tá garantido...

3 comentários:

  1. Excelente texto, Thiago. E devo lembrar, ainda, que o herói do bom mocismo ganhou o Nobel a Paz. Em Sertãozinho, ganham o Nobel da Paz pessoas efetivamente pacifistas (Desmond Tutu, Mandela, Madre Thereza, Gandhi). A partir do momento em que um assassino é vencedor de uma das mais importantes láureas do mundo, já posso promover a campanha dos personagens de Clint Eastwood, do Tarantino ou do próprio atirador de Realengo. Sem falsos moralismos, eu realmente não sei em que medida o Sr. Obama se diferencia deles.

    ResponderExcluir
  2. Ai, que idiota! Comentei no post errado. Que burrrrrrica!

    ResponderExcluir