terça-feira, 2 de agosto de 2011

Meninos, eu vi!

Confesso que sempre quis usar esse título! E o melhor é que a referência à expressão do Juca Pirama é justíssima.  Não haveria melhor exibição de futebol, que o torcedor que vos escreve já tenha visto, que fosse tão apropriada. É bem certo que jogos de até maior importância já me ocorreram: finais de Copa do Mundo, grandes clássicos europeus na Champions, inúmeros títulos do clube amado. Mas algo como o visto na última quarta-feira, sem dúvida alguma, foi inédito.


Um futebol como há tempos não se via. Um espetáculo. Como muito noticiado, uma verdadeira ode ao Futebol. Algo para fazer qualquer saudosista recordar os tempos dos pontas-de-lança, dos pontas-direita e esquerda, dos antigos esquemas táticos como o, extremamente ofensivo, 3-3-4. Uma exibição inquestionável, indiscutível, ímpar e unânime. Sim, isso tudo. Um jogo que arrepiaria o tricolor Nelson Rodrigues e que talvez até o fizesse laurear a unanimidade. Não houve um verdadeiro amante do futebol que fosse capaz de achar o contrário - é só ver os comentários que aparecem por aí até hoje.

E diante da bastilha inexpugnável, o Santos, com seu furor impotente, sucumbiu. Melhor, saiu vencido. A palavra sucumbência e seus sinônimos não adquiriram o direito de entrar na história dessa partida, muito menos de passar perto da Vila Belmiro.

Poderia ter sido o Santos x Botafogo, dos tempos de Pelé e Garrincha; ou um Fluminense x Corinthians, de Romerito e Sócrates; mas calhou de ser um Santos x Flamengo, de Neymar e Ronaldinho Gaúcho.

E que Santos x Flamengo, meu povo! Nove gols, dribles desconcertantes, virada, gol de placa, gol de gênio, coisa de tirar o fôlego e prender qualquer atenção.

Neymar nos fez esquecer do futebol praticado na Copa América e atuou brilhantemente. Abusado e liso, como sempre, fez festa em cima da defesa Rubro-Negra. Apesar de toda a tendência popstar, o menino mostrou todo o seu futebol. Dribles impressionantes, passe pra gol, e uma obra prima. O tento marcado pelo moleque é digno de inúmeras placas, que drible no Angelim!

E enquanto o menino da Vila nos fazia esquecer, o experiente Ronaldinho nos fazia lembrar.

Gaúcho rememorou os tempos de Barcelona. Uma exibição incontestável. Chamou para si toda a responsabilidade e orquestrou o espetáculo em Vermelho e Preto. Dribles, passes, lançamentos e três gols. E não foram apenas três gols. Talento, para aqueles que possuem, nunca desaparece. O segundo gol do meia-atacante Rubro-Negro foi talvez, junto ao primeiro gol de Neymar, o resumo da partida. Uma jogada de gênio. Algo que somente os grandes são capazes de fazer.


Diante da exuberante atuação dos craques dos dois times, é até indelicado falar dos coadjuvantes.

O jogo de quarta-feira fica para a história. Daqueles que daqui a 20, 40, 60 anos, será lembrado por inúmeros torcedores, jornalistas e amantes do Futebol. E o Firula tem a honra de, neste post, ter a íntegra do espetáculo.

Fica a dica pro grande Juca Kfouri: rapaz, será difícil não fazer uma nova edição do ótimo livro depois dessa partida, hein!

Terei orgulho de contar que tive a oportunidade e a sorte de assistir Santos 4x5 Flamengo. Terei a felicidade de, com toda a propriedade, dizer: Meninos, eu vi!

Eu, o Firula e o Futebol agradecemos.


* Contando com colaboração de Anamaria. Madrinha deste blog e corinthiana gente fina.

2 comentários:

  1. Já me imagino sentado numa cadeira de balanço e contando como foi esse jogo aos meus filhos e netos. Esse é um clássico "Jogos para sempre".

    Mesmo com 22 anos de vida, posso dizer que só tenho 3 jogos realmente marcantes: contra o Palmeiras na final da Mercosul de 99; o Tri em cima do Vasco com gol do Pet em 2011; por fim, esse épico confronto contra o Santos há poucos dias atrás.

    Óbvio que ter ido ao Maracanã ver o Flamengo ser Hexa foi monumental, mas falando do jogo propriamente dito, esses 3 foram os mais marcantes. Thiago, nós vimos!

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