sábado, 26 de março de 2011

A nova cultura do Homem das Cavernas

Estava eu pensando no que dizer, e me deparo com algo que, apesar de um tempo considerável de existência, ainda me deixa espantado. Me refiro à cultura do "corpo perfeito", cultivada em qualquer academia da esquina (que aliás, concorre com a Igreja Universal de Deus na expansão quase que imperialista
pela esquina mais próxima da sua casa).

Mas, primeiramente, corpo perfeito pra quem? Perfeito pra quê? O conceito de perfeito é algo muito relativo, meu povo! O que é perfeito pra mim pode não ser pra você!

Porém, chegando ao foco, nada me chama tanto a atenção nesse contexto quanto o Homem das Cavernas. Sim, meu povo! Ele tá aí, e se bobear, ele tá do teu lado, é teu vizinho e tudo, dá uma conferida só. Ele sobreviveu às evoluções, manteve-se quase que intacto, preservou seus instintos mais primitivos, e voltou com uma presença grandiosa e imposta por sua força física.

Ele, que também precisa definir seu território, não chegou a urinar em círculos, mas definiu como seu novo habitat a Academia, estendendo seu território de conforto e moradia às boates, às lojas de suplementos alimentares e a algumas "farmácias".

O Homem das Cavernas é um ser bem sociável, desde que você goste das mesmas coisas que ele. Não venha com assuntos demasiadamente complexos, senão sua integridade física estará correndo riscos e você provavelmente será excluído socialmente na caverna, digo, academia.

Na verdade, eu cometi um erro. O Homem das Cavernas teve sim uma evolução, desculpem-me. Nessa nova cultura, a qual adaptou-se, ele não vive mais isolado no seu mundo, dentro da caverna, com um bastão na mão (a questão de puxar a sua fêmea pelo cabelo ainda está em observação, porém os indícios de que o fato ainda ocorre são grandes). Atualmente, o Homem da Caverna é menos arisco à sociedade e, frequentemente, anda em bando, quero dizer, grupo. Mas, como ainda é inflexível, continua sendo difícil sua aceitação em conviver com outros grupos (do mesmo tipo ou não).

Mas, não se enganem, como todos nós, apesar de possuírem defeitos, eles podem ser legais. Engraçados tenho certeza que são. Quando arriscam fazer comentários que não envolvam o peso do "ferro", tipo de suplemento ou o melhor anabolizante, arrancam gargalhadas (até de seus semelhantes que, obviamente, não entenderam o motivo da graça).

E antes que algum elemento do gênero acima descrito resolva me bater, não tenho nada contra quem vai às "acadimias" e cuida da saúde corporal. Acho importante e é até um hábito que um dia quero ter. O meu problema mesmo é com essa imposição cultural, esse culto ao "corpo perfeito". Essa busca inconsequente por esse status, chegando até a colocar em risco o princípio básico de qualquer atividade física, que é a busca por uma melhor saúde, me parece totalmente despropositada. 

E o pior é que do jeito que anda, ter o "corpo perfeito" é quase um pré-requisito para ser aceito ou não em certos locais ou por certas pessoas. E onde ficam os gordinhos, os magrinhos, os que cultivam aquela barriga de cerveja com tanto afinco? Também são pessoas legais, eu garanto!

5 comentários:

  1. mto pertinente.

    é um excesso de valorização das aparências, em detrimento do ser e do conhecer.

    ResponderExcluir
  2. O problema não é nem se esforçar na academia p ficar com um corpo "legal", a grande questão é que estão esquecendo de malhar o cérebro..hahah de que adianta ter um invólucro impecável se não se tem conteúdo dentro, né? Nosso Homem das cavernas vive na caverna chamada Ego.

    ResponderExcluir
  3. Gostei do nome da caverna, Camila! =)

    E é por aí mesmo. A galera tá esquecendo que também é necessário ter uma mente sã.

    ResponderExcluir
  4. Vou quebrar esse frango que ta escrevendo essas paradas ! HAHAHAHA

    Mto boa Thiagão !

    ResponderExcluir